VINHO NA VEIA
Por Daniel Perches
Você já deve ter reparado que praticamente todas as garrafas de vinho têm o ano impresso no rótulo, certo? Aquele ano é referente à colheita e não ao ano que o vinho chegou ao mercado. Sim, porque há vinhos que são guardados para serem colocados à venda depois de alguns anos, pois ficam em barris de carvalho ou até mesmo na garrafa, descansando antes de ir para o consumidor.
No hemisfério sul a colheita é feita entre fevereiro e abril e no hemisfério norte é feita entre julho e setembro. Depois de colhidas, as uvas vão para a fermentação e o tempo até virarem vinho é de aproximadamente 2 a 3 meses. Depois disso os enólogos (os criadores dos vinhos) começam a fazer suas transformações, adicionando vinhos de outras uvas (os chamados vinhos de corte), colocando em barris ou barricas de carvalho ou deixando nos tanques de aço inox onde foi fermentado, para descansar alí mesmo.
Em geral o vinho é liberado para o mercado no ano seguinte, mas alguns mais especiais podem ficar guardados por até 5 anos na vinícola, para que cheguem ao ponto ideal de consumo para depois serem vendidos.
Aproveitando a carona, vamos a uma dica: os vinhos brancos (exceto alguns especiais, e caros) devem ser consumidos jovens. Procure sempre um que seja do ano anterior e desconfie de vinhos brancos com mais de 3 anos. Já os tintos podem ser guardados por um tempo maior, mas ainda assim não passe dos 5 anos, a não ser que conheça o vinho ou seja orientado por um profissional. Caso contrário você estará fazendo um belo estoque de vinagre em casa.
Daniel Perches é publicitário e blogueiro. Tem um programa chamado Desafio ao Vinho e uma feira de vinhos chamada Encontro de Vinhos. Já fez vários cursos como o curso básico da ABS, WSET e também o curso de Sommelier da FISAR.