sábado, 5 de outubro de 2013

Oktoberfest: A tradição e as bebidas do maior festival de cerveja do mundo!


Prazeres da cerveja

Por Rodrigo Addor

Início de outubro significa final da Oktoberfest na Alemanha e o início das comemorações no Brasil. Eu não poderia, então, deixar de falar um pouco sobre o evento e o estilo de cerveja mais consumido na data.
A Oktoberfest é um evento anual sediado em Munique, na Alemanha, com mais de 200 anos de história. No ano de 1810 o rei Ludwig I (ainda príncipe) se casa com Teresa de Saxe-Hildburghausen e para comemorar fazem uma festa imensa que acaba virando uma tradição anual.

O estilo de cerveja originalmente servido durante as celebrações é Märzen, ou seja, cervejas de março. Este estilo vem de antes do século 16, quando os produtores de cerveja da Bavária viram que suas cervejas produzidas durante o calor do verão eram de pior qualidade que as produzidas entre outubro e março. Assim, começaram a produzir uma quantidade enorme em março para suprir sua demanda durante o verão e a estocá-la em cavernas ou porões, mantendo-as a uma temperatura mais fria e equilibrada, fermentando lentamente. Existe até um decreto de 1553 que proíbe a cerveja de ser produzida entre os dias 23 de abril e 29 de setembro. 
Estas cervejas possuem em sua receita uma maior quantidade de malte e lúpulo do que as típicas alemãs, deixando-as de uma cor mais escura e sabores mais fortes, vindos de uma torra mais acentuada do malte. Esta mudança na receita também ajuda a preservar a cerveja, pois tanto o lúpulo quanto um maior teor alcoólico (entre 5 e 6%) possuem propriedades conservadoras. 
Quando a nova safra de malte e lúpulo estivesse pronta, os barris então teriam que ser esvaziados para a nova produção de cerveja. E isso era quando?! No final de setembro! 


Nesta época as cervejas já estavam há seis meses armazenadas, e possuíam assim maior tempo de fermentação e maturação, deixando-as mais equilibradas e com sabor mais arredondado. 
Durante a segunda metade do século 20, o festival de Munique ficou conhecido mundialmente, levando para a Alemanha milhões de turistas por ano. Assim, para agradar o paladar internacional, a cerveja origialmente escura de sabores fortes foi clareando até chegar ao atual dourado.

Mas então, depois de todo esse papo, o que podemos encontrar nesta cerveja? 

Com a cor variando de dourado a cobre, ela possui uma espuma sempre branca, presente até o final. No início achamos uma leve doçura do malte, substituída por um final seco e levemente amargo. São cervejas equilibradas e fáceis de beber (tanto que na Oktoberfest aqui da Alemanha só existe do copo de 1 litro, o famigerado Mass), translúcidas e bonitas. O álcool é muito bem inserido, e este 6% de teor alcoólico engana muito bem, pois um dos maiores motivos de intoxicação alcoólica durante o evento são as pessoas que acham que estão bebendo uma Pilsen levinha.

Agora convido todos a procurar algum bar que venda boas cervejas perto de casa e descobrir quando ele comemorará a Oktoberfest! E lembre-se: beba menos, beba melhor!

Rodrigo Addor é economista, Sommelier de Cervejas pelo SENAC/Doemens Akademie, de Munique, e reside atualmente em Berlim, onde fará o curso de Mestre-Cervejeiro na Versuchs-und Lehranstalt für Brauerei. Também foi criador e sócio do clube de assinaturas de cerveja Prova Essa, onde ficou até Janeiro de 2013. 
























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